Uma Louca festa do Chá

Madness Infusion

O palco havia mudado bastante, mais uma vez, e agora contemplava uma linda área verde com flores de todas as cores do arco-íris espalhadas. Assim que o treinador foi despertar a sua colega, percebeu que a coelha já estava acordada e pronta para correr mais uma vez, o afrontando com uma língua para fora.

- Ah! Onde estamos?! – Os olhos da menina abriram como se estivesse se livrando de um pesadelo, provavelmente não estava tendo lá os melhores pensamentos.

Ela olhou para frente, fazendo Gaulvi imitar o seu gesto. A produção havia usado muitos recursos para garantir que essa peça, assim como todas as outras, tivessem cenas incríveis como esta. Uma mesa grande e várias cadeiras flutuavam ali mesmo. A decoração floral estava presente nos arranjos naturais e na estampa do porcelanato dos jogos de chá, bules e xícaras de diferentes tamanhos, todas continham um liquido amarelo esverdeado.

Uma única pessoa, que visivelmente não era o chapeleiro, estava sentada em uma cadeira flutuante. À medida em que o homem de cabelos longos, castanhos e esvoaçantes tomava um gole do seu chá, ele saltava para outra cadeira e começava a conversar entre... si? Era como se o rapaz estivesse assumindo várias personalidades diferentes e não se dando conta disso, ou pelo menos passava essa impressão muito bem.

- O tempo está cada vez mais estranho, não acha senhora Leffer? – Aquela era a sua entonação normal, durando apenas naquela fala, antes dele se jogar para outra cadeira, andando por cima da mesma para chegar ao outro assento. – Discordo, Erick. Esse sol está fazendo maravilhas para o meu bronzeado! – Usou um tom feminino, antes de mudar de lugar mais uma vez. – Ficou doida velha?! A sua pele é pálida e sem graça que nem a de uma assombração! - Uma faceta mais indelicada se revelava, seguida de uma risada que assumia diferentes entonações, menos a que foi usada na fala feminina.

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Os olhos claros do rapaz encaravam Gaulvi e Willow com um brilho malicioso, os seus lábios formavam um sorriso maníaco e ele começava a bater os dedos na mesa como se estivesse inquieto. Mais uma vez ele pulou em cima do móvel de madeira e começou a andar por sua extensão, quase derrubando as xícaras repletas de chá.

Foi então que ele pegou uma que estava na extremidade direita, a mais distante da dupla, deu um longo gole na bebida e começou a andar em direção a eles. As suas madeixas castanhas balançavam de um lado para o outro, em uma sincronia quase perfeita. O jovem trajava roupas espalhafatosas, típicas desse universo, de tonalidade vinho e violeta, com seus acessórios marrons.

- Talvez seja a hora do chá. Com certeza, em algum lugar. – Respondeu, usando a voz feminina. – Sinto muito, mas todos os lugares estão ocupados como podem ver. – A sua entonação normal deu as caras novamente, enquanto ele fazia um gesto para as cadeiras flutuantes e vazias. – Vá embora!! Ninguém quer você aqui! – Berrou com a terceira voz, assustando Alyssa.

- Como não tem mais espaço se só tem você? – Ela ousou perguntar, após se recuperar do susto, seguindo à risca a personagem.

- Não, não, nãoooo, jovenzinha. Tem eu, Eu, Ue, ue e agora... VOCÊ! – A menina começou a levitar, involuntariamente e tentando se debater, em direção à ponta esquerda, até alcançar uma das cadeiras flutuantes.

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O rapaz riu, completamente alterado, ao ver o que o protagonista estava tentando fazer, uma vez que o raio psíquico do seu Butterfree quase acertou Willow, que o lançou um olhar de repreensão. O que ele estava tentando fazer, afinal?!

Mesmo se o movimento da borboleta tivesse cumprido o seu objetivo, o resultado seria a queda da menina de uma altura considerável para alguns arranhões e até mesmo algum deslocamento. Ainda bem que, seja lá o que tivesse acontecido, inclinado para uma provável intervenção da produção, barrou a técnica no meio do caminho.

- Acho que não, você está incomodando essa jovenzinha, olha a carinha de desespero dela! – Repreendeu, com a voz feminina, colocando a mão em sua cintura. – Cai fora mané! O único chá que tem pra você aqui é o de sumiço!! – Berrou com a segunda, surpreendentemente não se perdendo ao mudar de entonação várias vezes. – Cansamos de te avisar, hora de você provar o nosso desgosto!

Um Pokémon não tão utilizado, mas bastante conhecido por ser nativo de Kanto, corria para fora da mesa flutuante, onde estava escondido até agora. Conforme se afastava do móvel, ele começava a descer até tocar o chão, mas havia algum poder sobrenatural, que não vinha dele, mantendo as coisas desalinhas e desafiando a gravidade. Ele encarava o lagartixa com três expressões diferentes, aguardando as suas ações.

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- Bárbaro, não tenho a menor dúvida disso! Stun Spore querida!! – Disse a voz feminina, fazendo o rosto triste do Pokémon assentir. – Depois Leech Seed! Hora de drenar os fluídos vitais dessa lagartixa! – Bradou com a voz mais alterada. – Uma hora ou outra você vai provar desse chá.

A arena desse cenário era bem mais modesta do que a anterior, sendo formada apenas uma leve camada de grama sintética sem conter qualquer demarcação. Entretanto, haviam muitas limitações para aquela luta, uma vez que elementos mais caros da produção estavam logo atrás do ambiente.

O lagartixa era o mais rápido em campo, disparando uma bola de fogo que explodia diretamente sobre a psíquica. Por ter o seu poder ampliado pelo carvão, o golpe do réptil causou danos colossais, o que até poderia ser bom, caso a proposta do Evento fosse nocautear o mais rápido possível. Exeggutor saltitou ao redor do Fire Type e espalhou seus esporos atordoantes, a proximidade do inicial apenas facilitou o contato com o movimento.

Levemente mais rápida, a gramínea prendeu o alaranjado em vinhas parasitas que brotaram de sementes lançadas em partes diferentes do seu corpo. Vencendo a paralisia, Apolo seguiu à risca o que o seu treinador pediu, preparando um potente Flamethrower. Entretanto, o resultado era desastroso para ambos atores em cena. O coqueiro era nocauteado ali mesmo, encerrando de vez aquela luta, não dando tempo para nenhum dos dois aproveitarem para pontuar.


Campo: Pradaria artificial, há pouca vegetação presente nesse território, algumas foram criadas por Pokémon, enquanto a grande maioria é artificial.

Placar:
ELO (09/50)


Comandante de Prata {Gaulvi} (13/50)

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A plateia ficava chocada com a velocidade da batalha, ninguém, ainda, sabia dizer se isso era bom ou ruim para a peça. O que ficava muito evidente era o prejuízo que isso trazia para os protagonistas, uma vez que a cena deveria se estender um pouco mais e as suas pontuações foram arruinadas por conta dessa finalização precoce.

O coadjuvante não sabia nem como iria manter aquela conversa, uma vez que a sua parceira havia sido derrotada de maneira brusca e precisava da sua atenção. Entretanto, ele apenas a retornou para a Poké Ball e voltou a encarar o rapaz, procurando alguma coisa para improvisar.

- Amargo, estranho e sem benefícios. Parabéns! Cê conquistou vários nada. – Repreendeu a voz feminina, desta vez utilizando um sotaque caipira. – Já que você quer tanto a menina de volta, prove as suas reais intenções! – Continuou com o seu tom natural. – Tente solta-la sem a ajuda dos seus Pokémon! Vejamos se você também serve pra alguma coisa! – Debochou com a terceira voz, estalando os dedos logo em seguida.

Seguindo a improvisação do jovem, Willow começou a pular entre as cadeiras flutuantes, como se estivesse sendo controlada como uma marionete. Além dela, Buneary também estava ali, fazendo o caminho oposto ao da sua treinadora. Alguns itens se destacavam na mesa arrumada, entre eles as xícaras, sendo que algumas estavam cheias, outras pela metade e uma pequena parcela vazia, o próprio bule de chá e os lenços decorativos.