Ficha - Ren Sousuke

Descrição física: Ren possui a pele parda, cabelos pretos curtos emaranhados e olhos esverdeados.
Era uma daquelas pessoas abençoadas com um metabolismo rápido, então mesmo não se exercitando, não engordava (pelo menos não aos seus 14 anos!).
Costuma se vestir de maneira simples: Normalmente mantém distância de coisas extravagantes e procura se mesclar às massas. Também não costuma usar acessórios desnecessários. Aos olhos mais críticos, com certeza Ren seria rotulado como alguém sem estilo.


Personalidade: Ren é calmo e tranquilo. Normalmente, prefere passar o tempo livre jogando ou assistindo alguma coisa.
Seu estilo de vida beira o sedentarismo, que seria um fato não fosse as obrigações básicas da sua rotina (acaba tendo que caminhar consideravelmente).
É lógico e muito inteligente, mas também um grande adepto da lei do menor esforço.
Em um primeiro momento, costuma ser mais fechado para pessoas desconhecidas, embora possa se tornar bastante amigável ao notar interesses em comum.
Como sua mãe o abandonou (antes que ele pudesse ter memória), tem uma certa dificuldade em confiar integralmente nas pessoas, com exceção de seu pai.
É honesto e odeia claras injustiças, dificilmente não se posicionando ao presenciar alguma.
É mediano no que se refere à pratica de atividades físicas, mas normalmente não encontra grandes motivações para se esforçar.

Importante mencionar que algumas dessas características mudariam para sempre após o fatídico acontecimento que daria início a sua jornada.


Biografia: Sousuke Ren teve uma infância normal, parecida com a de qualquer criança comum de classe média. O mesmo, entretanto, não pode ser dito de seu pai, Hiro. Para entendermos melhor a motivação que fez com que Ren saísse em sua jornada, precisaremos nos aprofundar um pouco mais na história e passado de seu progenitor.

Sendo o mais velho dentre onze irmãos, Sousuke Hiro teve uma infância e adolescência muito sofrida, sendo obrigado a trabalhar desde muito jovem para auxiliar no sustento da família que, por muitas vezes, não sabia nem se teria algo para comer no dia seguinte. Obrigado a se tornar responsável muito cedo, o garoto tinha consciência de que seus pais dependiam da ajuda dele para criar os irmãos, portanto ele nunca reclamava ou os culpava. Todavia, secretamente Hiro tinha um sonho.

Ele crescera vendo outras crianças brincando e se divertindo com seus pokemons e sonhava com o dia em que teria o seu próprio e poderia sair em uma jornada para conhecer o mundo e os diversos pokemons que o habitavam. Infelizmente, esse dia nunca chegou.

Conforme seus irmãos foram ficando mais velhos, a família deixou de ser tão necessitada da renda do rapaz em específico, mas então ele conheceu uma moça chamada Erika e os dois se apaixonaram perdidamente. A história deles foi intensa e as inconsequências da juventude fez com que aqueles dois, ainda menores de idade na época, tivessem um filho.

Hiro e Erika acabaram se mudando para a ilha de Cinnabar, buscando construir uma nova vida juntos. Contudo, poucos meses depois da criança nascer, Erika desapareceu completamente sob circunstâncias desconhecidas, deixando o bebê para ser criado somente pelo pai.

Para quem um dia cuidara de vários irmãos, criar um filho não fora nenhum problema para Hiro. Com o passar do tempo, ele se acostumou a ser pai solteiro, além de que, na cidade de Erika, ele descobriu sua verdadeira vocação para qual tinha um enorme talento: A pesca. Assim, ele conseguiu uma grande ascensão econômica e social, dando para Ren, seu filho, uma vida muito mais luxuosa do que ele havia vivido.

Na manhã do aniversário de 10 anos de Ren, Hiro chegou com o presente mais especial da vida do garoto: um pequeno growlithe, que ele mesmo havia conseguido capturar. Ele queria dar ao seu filho a oportunidade que ele mesmo não tivera e esperava que o garoto se empolgasse para sair mundo afora.

Hiro, porém, vivia uma vida bem mais tranquila que a do pai e estava perfeitamente acomodado com a situação; sair viajando por aí parecia demasiado trabalhoso e nunca esteve nos planos do garoto. E aquela história de que os pokémons são iguais aos donos nunca se provou tão verdadeira, pois o pequeno(a) Wolf/Ruby se mostrava completamente confortável com a vida doméstica que levava. A partir dali, Ren, Wolf/Ruby e Hiro cresceram como uma família muito unida e dependente emocionalmente uns dos outros.

O mundo de Ren e Wolf/Ruby desabou quando, um pouco mais de quatro anos depois, Hiro veio a falecer, mesmo tendo apenas 31 anos. Como no desaparecimento de sua mãe, novamente a história era estranha: Um dia uns caras de terno chegaram em sua casa e deram a notícia de que o barco de seu pai havia naufragado e o mesmo não havia sobrevivido (Ren pode reconhecer o corpo de seu pai e confirmou que pelo menos a segunda parte era verdadeira). Embora desconfiado da história contada, Ren sentia-se impotente diante da situação e só lhe restava aceitar os acontecimentos.

Organizando as pendências deixadas pela morte de seu pai, Ren e Wolf/Ruby acabaram encontrando uma caixa escondida cheia de objetos de valor sentimental, incluindo algumas coisas guardadas desde a infância de Hiro…

— Caramba, quanta tralha… Ahn?!? Que que é essa caixa aqui? — Dizia o garoto enquanto puxava uma caixa levemente empoeirada de um canto bem escondido do armário do pai.

O garoto começava a tirar diversos objetos de dentro da caixa e logo ligava os pontos do que se tratava. Logo no topo, provavelmente o último a ganhar seu espaço ali, estava uma foto dos três, do dia que Wolf/Ruby passara a fazer parte daquela família, no seu aniversário de 10 anos.

— Pai… — Ainda muito sensibilizado pela perda do pai, Ren contemplava a foto em uma viagem nostálgica para aquele dia. *Woooooooooooooof* — Wolf/Ruby também soltava um longo uivo de tristeza.

Tomando posse daquela lembrança e a guardando a foto para si, ele continuava a investigar os pertences da caixa. Para muitos dos objetos contidos ali, faltava contexto para Ren, mas ele se surpreendeu ao achar outra foto em particular.

“Não… não pode ser… Mãe?” — Pensava ao observar a foto de uma jovem somente um pouco mais velha que ele, de cabelos castanhos na altura dos ombros e olhos esverdeados como os dele. Mais abaixo, outra foto com a mesma garota, dessa vez acompanhada de seu pai e uma criança no colo. “Porque será que o papai nunca me falou da mamãe?” Ele se perguntava.

A curiosa limpeza durou mais algum tempo com Ren investigando diversos outros objetos, e quando o garoto achou que estava prestes a terminar, nota uma folha de papel dobrada na base da caixa. Esta última memória de seu pai seria a responsável por mudar a vida de Ren para sempre.

“Uma… Lista?” pensava pegando o pedaço de papel já bem desgastado e amarelado. No topo, o título “Lista de metas da Jornada do super Hiro!” em caligafria intantil.

— Nadar com Wailords no Oceano… Voar nas costas de um Dragonite…

Conforme lia os itens na lista, Ren entendia mais sobre o seu pai e como a vida havia frustrado os seus sonhos de infância, já que absolutamente nenhum dos itens havia sido riscado. Não só isso, mas os diversos desenhos de pokébolas, lugares e pokémons encontrados na caixa faziam Ren perceber o quanto havia sido ingrato ao esnobar o esforço que seu pai havia feito para dar a ele uma oportunidade que muitos outros gostariam, mas nunca teriam, assim como seu pai.

— Me desculpe, pai… — Refletia o garoto. *Woof!* — Latia o pokémon ao seu lado, tentando chamar sua atenção a algo.

— O que foi, Wolf/Ruby...? *woof wooof wof woooof!* — Continuava o peludo agitado enquanto direcionava seu focinho para a lista.

Ren finalmente entendia o que o seu companheiro de longa data queria dizer: talvez fosse muito tarde para seu pai, mas ainda não era para eles. Um sorriso se abria no rosto de Ren.

— Você tem razão, parceiro! Ainda podemos completar a lista! Ainda podemos realizar o sonho do meu pai! — *woof! woof!* Concordava o Growlithe.

A fim de buscar as experiências que seu pai valorizava tanto, um novo e motivado Ren deixava sua antiga vida para trás e saía em uma jornada, herdando o sonho de seu pai e determinado a cumprir a lista por ele deixada.