Coordenador | Especialista Fairy II |
18 anos | Petalburg City |
50kg | 1,66m |
"Os olhos são a janela da alma". Se isso é verdade, então a alma de Ren deve brilhar em um tom intenso e exótico de violeta, cor proveniente de uma rara combinação do vivaz e radiante do azul, mas ao mesmo tempo, enebriada por uma névoa rosada. E certamente, esta derivação não é a única coisa de rosa na silhueta do jovem: é impossível não notar suas mechas — originalmente negras — tingidas numa tonalidade suave da cor.
Com a altura um pouco abaixo da média, Ren tem um porte relativamente mais pequeno. Provavelmente, o fato de não ser muito chegado em atividades físicas e o corpo não muito trabalhado também não são de grande ajuda. A pele clara é usualmente escondida sob suas blusas largas ou camadas de protetor solar — para evitar queimaduras, que parecem adorar sua epiderme. Mas evidentemente, isso não o impede de sentir-se confortável com sua figura e corpo.
Apesar de muitas vezes, com a correria cotidiana, não ter tempo ou paciência para arrumar-se adequadamente, quando preparando-se para eventos de maior porte, o rapaz deixa a vaidade assumir uma posição central. Roupas belas e extravagantes, enfeites variados, brilhos e luzes. Quando animado, Ren gosta de garantir que a imagem esteja sempre em primeiro lugar; seja a sua ou a de seus Pokémon — constantemente escovando estes, acariciando-os e claro, enchendo-os de mimos.
Positivo quando ao redor de amigos, tenta sempre ver o lado bom das coisas, evitando conflitos e brigas. É usualmente alegre e sorridente, gostando de conversar e de conhecer novas pessoas, embora um tanto quanto tímido. Além disso, não gosta muito de ver o mal-estar alheio, tentando melhorar o humor daqueles ao seu redor mesmo que ele próprio não se sinta muito bem também — priorizando mais os outros do que a si mesmo. É extremamente sentimental, logo sente tudo com muita intensidade, age com muita intensidade.
Vez ou outra, pode ser pego pensando em sua vida, tanto em relação ao seu passado quanto em suas perspectivas para o futuro. Este fato pode também levar-nos até um próximo ponto: quando dentro de sua própria mente, cercado de pensamentos, torna-se surpreendentemente melancólico e distante. Ren não consegue se deixar desagarrar do passado, constantemente sentindo suas garras a segurarem-no. Às vezes, o jovem chega a questionar sua sanidade, tendo uma enorme dificuldade em distinguir a realidade da fantasia.
Talvez por isso que seja tão dependente e cuidadoso para com seus amigos e Pokémon, afinal... ele sente medo de ficar sozinho e perder-se dentro de si mesmo. Dentro e fora. Fora e dentro. Dois lados de uma mesma moeda, mas que certamente divergem muito entre si. Mas até onde um lado é capaz de prevalecer no mundo sem o outro? Até onde as histórias, a fantasia, chega a tangir a realidade?
Filho de uma abastada família da cidade de Petalburg, quem o observava diria que tinha uma ótima vida. Foi muito bem educado e ensinado por grandes professores, demonstrava uma facilidade para interagir com os Pokémon, e todos o elogiavam muito seus feitos. Entretanto, as coisas deixavam de ser “boas” assim que ele pisava em casa.
Seus pais nunca estavam contentes com o filho, sempre ambicionavam mais, nunca havia orgulho ou satisfação. O pai gritava e reprimia-o firmemente, enquanto sua mãe estapeava, agoniada e raivosa. Em sua visão, o filho era incapaz e falho, que não poderia ser o sangue de seu sangue, trazê-los tanta aflição.
Por mais que tentasse, Ren nunca conseguiu conquistar a aprovação familiar, tendo sempre seus resultados questionados. Cresceu pensativo e tristonho, tendo grande empatia pelos outros, e aprendeu muito bem a utilizar as palavras para lhe ajudar a sair de situações desconfortáveis.
Tudo piorou com a morte da avó paterna Diana, que era seu único porto seguro em meio ao turbilhão de caos, que ensinava, cuidava, amava. Além disso, ela era considerada uma importante anciã da cidade, por uma vez ter ajudado a população em um desastre natural anos antes. Respeitada por todos, exceto pelo próprio filho e esposa. O filho de Diana repulsava a mãe e principalmente seus Pokémon, tendo em foco os característicos tipo Fada que ela tinha.
O único consolo recebido por Ren foi de um ovo deixado pela avó do menino, que o obeservava rápida e sigilosamente enquanto seus pais não estavam por perto. Mas isso não impediu o surgimento de um certo tipo de carinho vindo do garoto. Suspeitando que o ovo seria de um tipo Fada, o tipo odiado por sua então família, mas amado pela falecida avó, ele começou a estudar mais à fundo sobre esses Pokémon, descobrindo logo uma facilidade nata para lidar com eles, talvez herdado da própria antepassada.
Conforme o tempo passou, duro e sofrido, o garoto começou a aprender mais sobre si mesmo, após várias noites em claro choradas. Ao entrar na adolescência, aceitou-se como gay. Quando seus pais descobriram, após ser dedurado, apanhou de tal maneira que estava impossibilitado até mesmo de falar, por conta do trauma emocional. A vida inteira, ele esforçou-se para ser quem seus progenitores queriam, tentou ao máximo manter a família orgulhosa e ser feliz. Mas não importaria o que acontecesse, nunca bastaria. E ele já estava farto disso.
Após isso, Ren decidiu fugir de casa com o ovo de sua avó, aventurando-se pelo mundo, disposto a finalmente lutar por si mesmo e realizar as vontades que eram suas, determinado até mesmo a lidar com a família se assim fosse necessário, algo que ele adoraria fazer. Ren não precisaria mais se esconder, e poderia amar livremente, tanto seus tipo Fada quanto seus possíveis companheiros.
Assim que deixou a cidade, acompanhado de Hokori, o Mime Jr. que havia chocado do ovo de sua avó, Ren já pôde conhecer pessoas, lugares e pokémon incríveis, descubrir muitas coisas maravilhosas que ele nem sequer imaginava sobre, inclusive sobre si mesmo. Após um certo desenrolar em sua história de liberdade e auto-conhecimento, o garoto esteve em Lilycove City, onde decidiu que mostraria as mudanças que havia sofrido em si mesmo. Com um sopro de confiança e inspiração, Ren tingiu de rosa seus cabelos negros, querendo mostrar que não era mais aquele garotinho reprimido de Petalburg.
Mas não poderia ser tão fácil assim, poderia? Ele saiu de Petalburg, mas Petalburg ainda não saiu de si. Dentro de suas memórias, Ren ainda é assolado pelas figuras perturbadoras de seus pais. À noite, ao dormir, ele vive toda sua infância e adolescência em seus sonhos, mais uma vez. Seu inconsciente sabe que, um dia, precisará voltar para sua cidade natal, e provavelmente enfrentar sua família. Ele tenta evitar enquanto pode, mas até lá, sua saúde mental que paga o preço.
Última edição por wini em Ter 25 Jun 2019 - 22:20, editado 1 vez(es)